sábado, 14 de junho de 2008

História de Livreiro I

Estava eu tranquilamente no balcão da livraria, quando entrou um cidadão com cara de quem não é muito chegado às letras e perguntou se tinha algum livro sobre couro. Fiquei até preocupado; seria algum livro técnico? Mas, enfim, como não encontrei nada, o sujeito despediu-se e ainda comentou que o livro seria para a filha dele, e que voltaria caso lembrasse do título mas que agora ele só lembrava que tinha algo a ver com couro e foi embora. Passados alguns mintutos, o homem voltou e ainda da porta gritou: - Lembrei o nome do Livro! É O Corão!

Levei alguns minutos até parar de rir e conseguir atender o homem.

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No Sebo

Estupidez de arrepiar.

Um rapaz jovem entrou na livraria com uma expressão de quem não estava muito à vontade. Logo percebi que livros não eram a sua "praia", mas que seja: fui atendê-lo. – Vocês compram livros usados? Sim, respondi. É o que fazemos aqui quando não temos coisa melhor para fazer. –E quanto o senhor paga pelo livro velho? Expliquei que ele teria que trazer os livros ou que iríamos até seu endereço para fazer a avaliação. –Mas é só um que eu tenho. Interrompeu o rapaz. - E um amigo me explicou que é um livro muito raro. É um livro do Shakespeare, e é do tempo em que ele ainda escrevia em português. E foi além: -Só muito mais tarde é que ele aprendeu a escrever em inglês, sabe?Deve valer uma fortuna! Minha surpresa foi tamanha que só consegui dizer que “livros com tamanha raridade” eu não trabalhava e que ele precisaria procurar alguém mais especializado em Porto Alegre. O rapaz agradeceu e saiu. Só depois de rir muito é que me dei conta da maldade que cometi. Agora, fazer o quê?