Antes de Nascer o Mundo na verdade começa depois que o mundo acaba. Um pai (Silvestre Vitalício) demente e misógino, refugia-se num lugar longe de tudo junto com os dois filhos, o cunhado e um serviçal (um militar que passa a ser uma espécie de ministro da guerra do lugar). Na entrada ele instala uma cruz com os dizeres “Ele Voltará” (pois tinha a firme convicção de que Jesus voltaria para lhe pedir desculpas) e realiza uma cerimônia de rebatismo dos moradores e do lugar que passa a chamar-se Jerusalém (A terra onde Jesus haveria de se descrucificar). Jerusalém tornou-se o lar do que restou da humanidade – Silvestre Vitalício, os dois filhos, o tio Aproximado (que é o único que mantém contato com a civilização, trazendo-lhes roupas e mantimentos) o militar e a jumenta Jezibela, “tão humana que afogava os devaneios sexuais” do velho Vitalício que a visitava uma vez por mês vestido a caráter e munido de um buquê de flores.
sábado, 1 de agosto de 2009
Antes de Nascer o Mundo
Antes de Nascer o Mundo na verdade começa depois que o mundo acaba. Um pai (Silvestre Vitalício) demente e misógino, refugia-se num lugar longe de tudo junto com os dois filhos, o cunhado e um serviçal (um militar que passa a ser uma espécie de ministro da guerra do lugar). Na entrada ele instala uma cruz com os dizeres “Ele Voltará” (pois tinha a firme convicção de que Jesus voltaria para lhe pedir desculpas) e realiza uma cerimônia de rebatismo dos moradores e do lugar que passa a chamar-se Jerusalém (A terra onde Jesus haveria de se descrucificar). Jerusalém tornou-se o lar do que restou da humanidade – Silvestre Vitalício, os dois filhos, o tio Aproximado (que é o único que mantém contato com a civilização, trazendo-lhes roupas e mantimentos) o militar e a jumenta Jezibela, “tão humana que afogava os devaneios sexuais” do velho Vitalício que a visitava uma vez por mês vestido a caráter e munido de um buquê de flores.
No Sebo
Estupidez de arrepiar.
Um rapaz jovem entrou na livraria com uma expressão de quem não estava muito à vontade. Logo percebi que livros não eram a sua "praia", mas que seja: fui atendê-lo. – Vocês compram livros usados? Sim, respondi. É o que fazemos aqui quando não temos coisa melhor para fazer. –E quanto o senhor paga pelo livro velho? Expliquei que ele teria que trazer os livros ou que iríamos até seu endereço para fazer a avaliação. –Mas é só um que eu tenho. Interrompeu o rapaz. - E um amigo me explicou que é um livro muito raro. É um livro do Shakespeare, e é do tempo em que ele ainda escrevia em português. E foi além: -Só muito mais tarde é que ele aprendeu a escrever em inglês, sabe?Deve valer uma fortuna! Minha surpresa foi tamanha que só consegui dizer que “livros com tamanha raridade” eu não trabalhava e que ele precisaria procurar alguém mais especializado em Porto Alegre. O rapaz agradeceu e saiu. Só depois de rir muito é que me dei conta da maldade que cometi. Agora, fazer o quê?
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