tag:blogger.com,1999:blog-61574065143199033212024-03-13T15:17:46.157-03:00O Livreiro de GuaíbaGuima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-20406855218255805802009-08-17T17:18:00.014-03:002009-08-20T19:35:07.171-03:00Se os Tubarões Fossem Gente<div><p class="MsoNormal" align="right" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:right"><i><span lang="PT" style="font-family:"Trebuchet MS","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-mso-ansi-language:PT;mso-fareast-language: PT-BRfont-family:Raavi;font-size:12.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;">B<span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">ertold Brecht</span></span><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><o:p></o:p></span></span></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="right" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:right"><i><span lang="PT" style=" ;font-family:'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Tradução do original em alemão por</span></span><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><o:p></o:p></span></span></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="right" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:right"><i><span lang="PT" style=" ;font-family:'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Guiomar Beineke</span></span><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><o:p></o:p></span></span></span></i></p></div><div><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><span lang="PT" style=" ;font-family:'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Se os tubarões fossem gente, perguntou o Senhor K. à pequenina filha de sua senhoria, “eles seriam mais gentís para com os peixinhos pequenos?”. </span></span><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><span lang="PT" style=" ;font-family:'Trebuchet MS', sans-serif;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">“Claro que sim” disse ele. “Se os tubarões fossem gente, eles fariam construir no mar enormes caixas para os peixinhos, repletas de todos os tipos de alimentos, tanto de origem vegetal quanto animal. Eles providenciariam para que as caixas sempre tivessem água fresca e tomariam todas as medidas sanitárias nescessárias, se por exemplo, um peixinho ferisse sua nadadeira, imediatamente seria-lhe feito uma atadura de modo que ele não morra e os tubarões não percam o peixinho antes do tempo.</span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'Trebuchet MS';"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Para que os peixinhos não ficassem tristes e melancólicos, aconteceriam de vez em quando grandes festas aquáticas; pois peixinhos felizes são muito mais saborosos.</span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><span lang="PT" style=" ;font-family:'Trebuchet MS', sans-serif;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Também haveriam, naturalmente, escolas nestas grandes caixas. E nestas escolas os peixinhos aprenderiam como se deve nadar para para dentro da goela dos tubarões. Eles precisariam, por exemplo, aprender a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes e gordos tubarões, deitados preguiçosamente por aí em qualquer lugar. É evidente que o essencial seria a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais belo, nobre e grandioso de um peixinho, seria quando este se sacrificasse e se oferecesse de livre e espontânea vontade e que todos deveriam crer nos tubarões, principalmente quando eles dissessem que estão a preparar um belo e glorioso futuro para os peixinhos. Tudo seria feito para que os peixinhos acreditassem realmente que este futuro maravilhoso só estaria garantido, se eles aprendessem a ser obedientes. Antes de tudo os peixinhos deveriam afastar-se de quaisquer inclinações indignas, materialistas, egoístas e marxistas, e denunciarem imediatamente se qualquer um deles manifestasse essas inclinações.</span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'Trebuchet MS';"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Se os tubarões fossem gente, naturalmente haveriam de promover guerras entre si, e conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros. As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam aos peixinhos que, entre eles e os peixinhos de outros tubarões haveriam gigantescas diferenças. Todo mundo sabe que os peixinhos, diriam eles, são mudos e calam nas mais diversas línguas, e por isso é impossível que se entendam entre sí. Cada peixinho que na guerra matasse alguns poucos peixinhos inimigos, daqueles que silenciam em outra lingua, seria condecorado com uma bela medalha da ordem das algas marinhas e receberia o título de herói.</span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><span lang="PT" style=" ;font-family:'Trebuchet MS', sans-serif;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Se os tubarões fossem gente, obviamente haveria também entre eles uma arte. Existiriam belos quadros, retratando dentes de tubarões em belas e vistosas cores, suas goelas seriam representadas como inocentes parques de diversão, destinados a diverti-los maravilhosamente. Os teatros do fundo do mar apresentariam espetáculos mostrado valorosos peixinhos nadando entusiasmados para as goelas dos tubarões e a música seria tão bela, que os peixinhos sob efeito de seus acordes, embalados por sonhos e agradáveis pensamentos seguiriam a orquestra para entrarem em massa nas goelas dos tubarões. É certo que também haveria uma religião, se os tubarões fossem gente. Eles aprenderiam, que a verdadeira vida dos peixinhos somente começaria na barriga dos tubarões.</span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><span lang="PT" style=" ;font-family:'Trebuchet MS', sans-serif;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">A propósito, também teria que acabar essa igualdade que hoje existe entre os peixinhos. Alguns deles obteriam cargos em escritórios e passariam a ter postos acima dos outros. Os que conseguissem ser um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores. Isso seria até agradável aos tubarões, pois eles mesmos com mais freqüencia, abocanhariam maiores bocados ao devorá-los. E os maiores, peixinhos ocupantes dos cargos importantes, zelariam pela ordem entre os peixinhos para que estes se tornassem, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas.</span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><span lang="PT" style=" ;font-family:'Trebuchet MS', sans-serif;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Enfim, somente haveria cultura e civilização no mar, se os tubarões fossem gente.”</span></span></o:p></span></p></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHtJIsG0KfbVo8TySdDWE0-kKiahRabi4GqMEIp22u3Cb90RZTRrcHvbSKMARdsj6QNni-1_7CAJsZ8z0rcgGGQ_MrAS2oAn332UB12SN2G0mKN1yCyFAD3Cec0nyx_ofH3IneQGKIy0Y1/s1600-h/Bertolt+Brecht+(10+de+Fevereiro+de+1898+%E2%80%93+14+de+Agosto+de+1956).jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 87px; height: 124px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHtJIsG0KfbVo8TySdDWE0-kKiahRabi4GqMEIp22u3Cb90RZTRrcHvbSKMARdsj6QNni-1_7CAJsZ8z0rcgGGQ_MrAS2oAn332UB12SN2G0mKN1yCyFAD3Cec0nyx_ofH3IneQGKIy0Y1/s200/Bertolt+Brecht+(10+de+Fevereiro+de+1898+%E2%80%93+14+de+Agosto+de+1956).jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5371035378086173058" /></a><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><br /></span><div><p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left"><span lang="PT" style="font-family:"Trebuchet MS","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-mso-ansi-language:PT;mso-fareast-language: PT-BRfont-family:Raavi;font-size:12.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;">Se os Tubarões Fossem Gente</span><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left"><span style="font-family:"Trebuchet MS","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-mso-fareast-language:PT-BRfont-family:Raavi;font-size:12.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;">(Wenn die Heifische Menschen wären)</span><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left"><span lang="PT" style="font-family:"Trebuchet MS","sans-serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";mso-bidi- mso-ansi-language:PT;mso-fareast-language:PT-BRfont-family:Raavi;font-size:12.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003300;">http://www.yolanthe.de/stories/brecht03.htm</span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Trebuchet MS';font-size:7;color:#003300;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:48px;"><b><br /><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;"><br /></span></b></span></span></p><p></p></div>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-11669481724326804182009-08-16T08:27:00.016-03:002009-08-16T09:01:57.964-03:00Um pouco do livro E s p e l h o s de Eduardo Galeano<div style="text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ2Xfdkq8HpVUxNdkz3xayka_lmm_SjCKkQY6sPYQCb2C4HVr24-kcyqGAs4m92G4TtIbtuFpzC6nIBrgWYlw2ECKYqDlzLlAYGqhXUTQ-jJ47PloWgqBMsu2v585ecRCnPTjhCEo_ehP5/s200/espelhos_galeano(6).jpg" style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 90px; height: 135px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370527718495667586" /><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwJYgCaVV1SYnn-cxIaR1lvumaFnnaVyVtiG0ItRTwbM3pwZIFNjdRJVPXXD9-z3kD-y8n_gcR2EIgz8dclQ8SPeknBeH1_8RIsE94sg_w5ynm8xJIw4wQuM2c4lMukL_Wu3ibt7gqsDSa/s200/eduardo_galeano.gif" style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 100px; height: 152px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370527617931742722" /></div><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Três textos extraídos do livro. Eles falam por si.</span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"><br /></span></p><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtVSKHyZ7YwPdwPy_5k1A0p6Fsxb1-z4KIqLJUPec4tUTC9FVMnECt6UdEIzpISuhbNiFH6a2rkmuTt3G6j0mNH1-DHYsDGOYEn5V7ZUJ3SMn_p78gWP5WHkrcBUHB536t1s6QrHOXHwlq/s200/pobresa.JPG" style="text-align: center;float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 200px; height: 142px; " border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370525597104119730" /><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">O Diabo é Pobre</span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Nas cidades do nosso tempo,imensos cárceres que trancam os prisioneiros do medo, as fortalezas dizem ser casas e as armaduras simulam ser ternos.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Estado de sítio. Não se distraia, não baixe a guarda, não confie. Os amos do mundo dão a voz de alarme. Eles, que impunemente violam a natureza, seqüestram países, roubam salários e assassinam multidões, nos advertem: cuidado. Os perigosos acossam, tocaiados nos subúrbios miseráveis, mordendo invejas, engolindo rancores.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Os perigosos, os pobres: os pobre-diabos, os mortos das guerras, os presos dos cárceres, os braços disponíveis, os braços descartáveis.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">A fome, que mata calando, mata os calados. Os especialistas, os pobrólogos, falam por eles. E nos contam em que não trabalham, o que não comem, o quanto não pesam, o quanto não medem, o que não tem, o que não pensam, o que não votam, em que não crêem.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Só nos falta saber por que os pobres são pobres. Será porque sua fome nos alimenta e sua nudez nos veste?</span></p> <p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal"><b><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> </span></o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"><b><br /></b></span></p><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC5BT7UjJVKiV1jIsFiE-LL2oP2EIEqfhJX1ttk5Y8MCZOeWEXEMZbW3F0HkY7BZ_HvRHj5hMS9Oo279icERoWX2jUpGeG0-oKOsYYup3GEQrCwvBVCS7HhKH3nHVO6F92CQ-KN6U60DX6/s200/Franz+Kafka.jpg" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 94px; height: 124px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370524746788066402" /><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Kafka por Galeano</span><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Quando os tambores da primeira carnificina mundial andavam soando por perto, Franz Kafka escreveu A Metamorfose. E pouco depois, com a guerra já começada escreveu O Processo. São dois pesadelos coletivos:</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Um homem desperta transformado numa gigantesca barata e não consegue entender por que, até que no final é varrido com uma vassoura;</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">E o outro homem é preso, acusado, julgado e condenado, e não consegue entender por que, até que no final é apunhalado pelos verdugos.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">De certa forma essas histórias, essas obras, continuavam todos os dias nas páginas dos jornais, que davam notícia do bom andamento da máquina de guerra.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">O autor, fantasma de olhos febris, sombra sem corpo, escrevia sua derradeira fronteira da angústia.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Pouca coisa publicou, quase ninguém leu.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Foi-se embora em silêncio, como tinha vivido. Em sua dolorosa agonia, só falou para pedir ao médico:</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">- Se o senhor não for um assassino, me mate.</span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"><br /></span></p> <p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal"><b><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> </span></o:p></b></p> <p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">As pessoas de Pessoa.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"><o:p></o:p></span></b></p> <img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyTOl7lat8GoM6dK2si9vYZuZS05IvNNUcycBxE1b-FyXR43t1gIgw1X2tnmPXvRq23PI4Bu_KAkTYp60ZxzJI1Har-r8oLVewPsSgwrShJACrSUwv8BsH44ZvWxEJNiidDR6m6wUZQxaz/s200/Fernando+Pessoa.jpg" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 119px; height: 129px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370525797287448626" /><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Era um, era muitos, era todos, era nenhum.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Fernando Pessoa, burocrata triste, prisioneiro do relógio, solitário autor de cartas de amor que não mandava jamais, tinha um manicômio dentro de si.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> De seus habitantes conhecemos os nomes, as datas e até as horas de nascimento, os horóscopos, os pesos e as estaturas. E as obras porque todos eram poetas.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Alberto Caeiro, pagão, zombador da metafísica e demais acrobacias dos intelectuais que reduzem a vida aos conceitos, escrevia erupções;</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Ricardo Reis, monárquico, helenista. filho da cultura clássica que nasceu várias vezes e teve vários horóscopos, escrevia construções;</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Álvaro de Campos, engenheiro de Glasgow, vanguardista, estudioso da energia e temeroso do cansaço e viver, escrevia sensações;</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Bernardo Soares, mestre do paradoxo, poeta em prosa, erudito que dizia ser esforçado ajudante de algum bibliotecário, escrevia contradições;</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> e Antonio Mora, psiquiatra e demente, internado em Cascais, escrevia elucubrações e loucubrações.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> Pessoa também escrevia. Quando eles dormiam.</span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"><br /></span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;">Leia mais em: </span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"></span><a href="http://www.lpm-editores.com.br/v3/livros/Imagens/espelhos_(1).pdf"><span class="Apple-style-span" style="color:#006600;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">http://www.lpm-editores.com.br/v3/livros/Imagens/espelhos_(1).pdf</span></span></a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-57839242024085142272009-08-12T18:41:00.009-03:002009-08-12T23:28:46.784-03:00F a r o e s t e<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF75OSRcPMQj0uA0qMWX0QK4QXVgG88qXywTjaNahUrOCff0QgzQw2IEGgxZbde9OXxtOo_lLnrNTm_fIpcM5EIU7DZNVJKg_tM1mU6luiEes5e6A5wO0D2MSv6wYG9uW2vNbTbDqRfFJX/s1600-h/patetas2.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 156px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF75OSRcPMQj0uA0qMWX0QK4QXVgG88qXywTjaNahUrOCff0QgzQw2IEGgxZbde9OXxtOo_lLnrNTm_fIpcM5EIU7DZNVJKg_tM1mU6luiEes5e6A5wO0D2MSv6wYG9uW2vNbTbDqRfFJX/s200/patetas2.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5369197845521182434" /></a><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"><br /><br /><br /></span></span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Leio no jornal que por conta do aumento da violência e da criminalidade estamos retornando aos tempos do “faroeste”. Fui tomado por uma alegre nostalgia. Saudade até. </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Lembro das tardes de criança na década de 60. </span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Depois da escola, do almoço, e da sesta, reuníamo-nos no salão de baile da vila Languirú para assistir televisão. A TV Piratini canal 5 começava a transmitir às 3 horas da tarde.</span></span></p><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggXZFfV0fTSJNlVBr7jGwlyaVka165HDeWxbsfexCosb6ps3ydFcNuliMYLMJiRR2wEDHL2HH01n9qMilV02itDavkXehOSaixcSiqip1NWlpMPQD_Cy-Mtp7__VUnFwZtdWgZ6mc9gl7M/s200/abbott+55.jpg" style="text-align: justify;float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 200px; height: 135px; " border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5369198222275850194" /><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdTzqr2QiDbW6HO2NZ5riKkO3v3kQ24JKumnhkk8Esn1FTtdgSFQNItJn-6eGjuQ9HoZZ6x2s-b6mY27ScwWC_lRGlSdcnk27rfhpwOKCl1B1q0lE1TAi3CQrEaScNpFZma9SOZPI0Y6xh/s200/Imagem+padr%C3%A3o+canal+5.jpg" style="text-align: justify;float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 118px; height: 90px; " border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5369196152887015666" /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Chegávamos cedo e entre brincadeiras arrumávamos as cadeiras de palha trançada em filas diante do televisor que em preto e branco já apresentava o indiozinho da imagem-padrão do canal 5 ao som de músicas da época.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Eram tempos de “O Gordo e o Magro”, “Os Três Patetas” e os seriados de f</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">aroeste</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">: “Aventuras de Rin-Tin-Tim”, “Bonanza”, “James West”</span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">“ “</span></span><span class="apple-style-span"><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Bat Masterson” </span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">e tantos outros.</span></span></p><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEgNZwE3rcCOgI4KW1bGgkdneAH1yIrpxCmyPzu3ScaXoxYPqo40KVyu90MTID4AVnEFuGzIQvZ5EQZB0xe3cXYjTR6j25ExYwm1K2yI1QA3X_E6c8kJUgmXNEqdR2t0lmo4SCNARybvUK/s200/bat+masterson.jpg" style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 152px; height: 200px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5369197445870005266" /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Tempos de regras claras nesses dos filmes de </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">“faroeste”.</span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Era a lei do mais forte, do mais hábil e salve-se quem puder. O Xerife enquanto conseguia sobreviver, tirava os malfeitores de circulação e estes, conforme o crime, eram julgados por um júri composto de quem estivesse por perto do “Saloon” entre algumas doses de uísque e dançarinas dançando ao som de uma pianola. As leis eram simples: Era proibido roubar, ir contra os poderosos, dar em cima de mulher do próximo. Mas o que dava forca mesmo era matar quem estivesse desarmado, ou pelas costas. O sujeito tinha que enfrentar as adversidades </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">frente a frente. Ainda teremos muita saudade do “faroeste”. Hoje os tempos são outros. A ética do cara-a-cara está cada vez mais em desuso. Faz muito que o livro</span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">“Arte da Guerra” do general Sun Tsu, com sua normas de conduta , conquistou as mentes de empresários e criminosos o que via de regra, muitas vezes dá no mesmo. </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Entre outras maravilhas da ética o General ensina: “ Quando capaz, finja incapacidade, quando próximo finja que estás longe, se estás em inferioridade de condições bate em retirada, avança e ataca quando não te esperam (de preferência pelas costas ou quando o inimigo estiver dormindo). Este é o retrato do mundo moderno. A violência que estamos presenciando é apenas o começo do que ainda está por vir. Estamos à mercê de bandidos de toda a sorte: Traficantes, assaltantes, seqüestradores, assassinos e não sabemos mais a diferença entre estes ou empresários e políticos.</span></span></p><p class="MsoNormal"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Jgs9EaLQFdWPM0wKBvB-RaCoCnyJ4kmxd4ptTeT15ADPFzkq10DK8HdIPEZkzkTuqNAMhIEhPae-3uAnF3z_73B7Nd6o6D8nl6fP0IY0FDvrK7SxxQNj0adiHLW76cbOgRGB-AaXrvR9/s200/images.jpg" style="text-align: justify;float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 115px; height: 130px; " border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5369199339125460130" /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">O problema é que depois da ética do faroeste com a lei do mais forte veio</span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;">Sun Tzu com a lei do mais esperto . Hoje para a maioria das grandes empresas, não somos mais clientes e muito menos consumidores. Somos reféns.</span></span></p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-89811334848237653122009-08-09T19:32:00.012-03:002009-08-09T20:25:01.583-03:00Balcão da livraria<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMI_WeUr2Feui5EQkBlzhUA19kdZyq85AyGAYO8K46qmaB6raNmaxP_o6DAirCEL4nhSL09zHptIAZ-SIX1Hf_baSILIAP1IoWGexxgcoXjnOe3DMDtlcHOmqg-QDj6wPsqRjAdPVtrmvp/s1600-h/casca+de+nos.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 152px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMI_WeUr2Feui5EQkBlzhUA19kdZyq85AyGAYO8K46qmaB6raNmaxP_o6DAirCEL4nhSL09zHptIAZ-SIX1Hf_baSILIAP1IoWGexxgcoXjnOe3DMDtlcHOmqg-QDj6wPsqRjAdPVtrmvp/s200/casca+de+nos.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5368109089800924658" /></a><br /><br /><br /><br /><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; "><b><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">Stephen Hawking e o bigodão</span></b></span></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">Sábado sempre é um dia interessante. Ainda mais se estiver chovendo, frio e escuro. Não tinha ninguém na livraria quando entrou um gajo exatamente como o dia lá fora. Fechado, lúgubre, vestido com uma capa de chuva escura, um chapéu de feltro e exibindo um vasto bigode que tomava sem dúvida a metade do rosto e se contasse as sobrancelhas não sobraria nada para identificá-lo. Não falou nada. Andou entre as prateleiras olhando eventualmente para o alto identificando as estantes. Em poucos minutos dirigiu-se ao meu balcão com o “Universo numa casca de nós” nas mãos. Cumprimentei-o e tentei ser amável: - Grande sujeito esse Stephen Hawking. Belo livro. Acima do bigode enorme e logo abaixo das sobrancelhas dois olhos escuros e vivos cravaram-se nos meus e de dentro do bigode saiu uma voz amável, mas que parecia um trovão: - Veja! Disse-me ele abrindo o livro e mostrando-me as fotos de seu interior, folheando-o enquanto falava: -Galáxias, constelações, buracos negros, planetas, estrelas... Isto não é uma maravilha? - Concordei imediatamente. E ele: - Sabes qual é a única coisa que não combina com isso tudo? Nós. A raça humana. Aqui no nosso planeta está surgindo o começo do fim disso tudo. Lembro que sua mão estendeu-me duas notas. Dei o troco e fiz menção de pegar o livro de sua mão para pô-lo numa sacola mas ele recuou um passo, agradeceu e sumiu pela porta. Agora são dez horas desta manhã de domingo. Continua chovendo. Preciso ver o relatório das vendas de sábado no computador da livraria. Será que não sonhei isso?</span></span><o:p></o:p></p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-38169169432776661372009-08-08T18:21:00.005-03:002009-08-29T09:39:56.772-03:00Lunar Park<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqz5EwwUX2SNL6vE-x3W0fnRvNj-lX5Yp2Wqb-MuE96I3P4wcGYXqxZOK4pWiobg4tCQd_36_x8dvThRTRFNu1c0D8jKKe34FmqQluMu99LwjdlFn2Xoon6-PCkaKHKSylOEfKogv1wAoI/s1600-h/lunar.gif"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 153px; height: 193px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqz5EwwUX2SNL6vE-x3W0fnRvNj-lX5Yp2Wqb-MuE96I3P4wcGYXqxZOK4pWiobg4tCQd_36_x8dvThRTRFNu1c0D8jKKe34FmqQluMu99LwjdlFn2Xoon6-PCkaKHKSylOEfKogv1wAoI/s400/lunar.gif" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5367707089315481458" /></a><br /><div><br /></div><div><p class="MsoNormal"><span style="line-height:115%;Verdana","sans-serif";font-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">Neste belíssimo livro, Bret Easton Ellis criou uma ficção que no início parece uma autobiografia, mas aos poucos Ellis <span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); line-height: normal; "><span style="line-height:115%;Verdana","sans-serif";font-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">torna-se</span></span></span><span style="line-height:115%;Verdana","sans-serif"font-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;"> personagem e </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;"></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">narra uma história vigorosa onde não faltam suspense, críticas sociais, terror, romance policial e sobrenatural. O</span></span></span><span class="apple-style-span"><span style="line-height: 115%;Verdana","sans-serif"font-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;"> Ellis/personagem é um escritor viciado em drogas que descobre ter um filho com a atriz Jayne Dennis. Esta convida-o para reatarem seu relacionamento, com a condição de que ele construa uma relação com seu filho Robby. </span></span></span></span><span style=" line-height:115%;Verdana","sans-serif"font-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">O texto é tão bom que pode dar-se ao luxo de em certos momentos lembrar o suspense de </span></span><span class="apple-style-span"><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">Stephen King, ou fazer alusão direta ao Peter Pan (crianças desaparecidas... terra do nunca..) tem até fantasma do pai (Hamlet?). </span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">Em certo ponto aparece um escritor como uma espécie de alterego do narrador, ou será o contrário? O texto é maravilhoso e aos </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">poucos vai-se compreendendo que é a visão de um Ellis-narrador-personagem, totalmente envolvido com drogas, conquistas sexuais, álcool e principalmente seu</span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">“próprio umbigo”, que passa a perceber, por sua vez, o mundo de futilidades só equilibrado por calmantes, soníferos, estimulantes, antidepressivos e toda espécie de drogas possíveis onde ele próprio se insere. </span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;"> </span></span></span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="color:#003333;">Ele tenta criar uma relação com o filho e a mulher e ao mesmo tempo não tem noção nenhuma do que ele está procurando. Bret nos apresenta uma bela metáfora do homem moderno. Um ser que está morrendo afogado, pelo que mais gosta, sem ter consciência disto, apenas uma sensação de um doce desespero. Não é um livro que precisa ser analisado ou compreendido. ELe nos conduz, suavemente por um emaranhado de sensações e é muito fácil emocionar-se profundamente com ele. Por fim, acredito que o objetivo do livro não seja este, mas ele me deixou pensando que normalmente não temos a mínima consciência de que somos tanto pais quanto filhos e muito raramente conseguimos realmente ver o que nossos filhos ou nossos pais enxergam quando olham ou olhavam para nós.</span></span></span></span></span></span></span></p></div>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-2720995766417319252009-08-01T15:22:00.006-03:002009-08-01T15:29:39.245-03:00Antes de Nascer o Mundo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyo5G1gd9GSVBgQRqT7winUiiBpYwX7JH7Wf_1Bve0vkI-AXVrp4_uSe3E2tlhYmav5esXXDtCUWm58-NQVlRi3F-jhc6iB4J1aOEWcScQH9Pnf6Tcat06RbAXPPg5o6pHOhjH3aam2njP/s1600-h/antes+de+nascer+o+mundo.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365062648663787778" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 118px; CURSOR: hand; HEIGHT: 180px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyo5G1gd9GSVBgQRqT7winUiiBpYwX7JH7Wf_1Bve0vkI-AXVrp4_uSe3E2tlhYmav5esXXDtCUWm58-NQVlRi3F-jhc6iB4J1aOEWcScQH9Pnf6Tcat06RbAXPPg5o6pHOhjH3aam2njP/s400/antes+de+nascer+o+mundo.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div><br /><em>Antes de Nascer o Mundo</em> na verdade começa depois que o mundo acaba. Um pai (Silvestre Vitalício) demente e misógino, refugia-se num lugar longe de tudo junto com os dois filhos, o cunhado e um serviçal (um militar que passa a ser uma espécie de ministro da guerra do lugar). Na entrada ele instala uma cruz com os dizeres “Ele Voltará” (pois tinha a firme convicção de que Jesus voltaria para lhe pedir desculpas) e realiza uma cerimônia de rebatismo dos moradores e do lugar que passa a chamar-se Jerusalém (A terra onde Jesus haveria de se descrucificar). Jerusalém tornou-se o lar do que restou da humanidade – Silvestre Vitalício, os dois filhos, o tio Aproximado (que é o único que mantém contato com a civilização, trazendo-lhes roupas e mantimentos) o militar e a jumenta Jezibela, “tão humana que afogava os devaneios sexuais” do velho Vitalício que a visitava uma vez por mês vestido a caráter e munido de um buquê de flores. </div><div> </div><div></div><div></div><div> Quem narra a história é Mwanito o filho mais novo que tinha menos de três anos quando chegou a Jerusalém. Escondido do pai Ntuzi, o irmão mais velho, lhe ensina a ler nas caixas de munição de um paiol abandonado e escreve suas primeiras palavras sobre as cartas de baralho. Ele cresceu sem nunca ter visto ninguém além dos moradores de Jerusalém “A primeira vez que vi uma mulher tinha onze anos e me surpreendi subitamente tão desarmado que desabei em lágrimas”.</div><div></div><div></div><div> </div><div> Mwanito nos fala do militar Zacarias que nas noites sem luar disparava sua espingarda para o alto. – O que faço? Estou a fazer estrelas. Do pai: - Venha, meu filho, venha me ajudar a ficar calado. E depois inspirava fundo e dizia: - Este é o silêncio mais bonito que já escutei, lhe agradeço Mwanito. Ele fala da mãe com o irmão: - “Não me lembro da mamã. Eu não consigo lembrar-me dela”. Os mortos não morrem quando deixam de viver, mas quando os votamos ao esquecimento. – Agora, meu mano, é que somos verdadeiramente órfãos.</div><div></div><div></div><div> </div><div> A princípio parece a história de alguém que resolveu “apagar o mundo” por não suportar a realidade. Aos poucos vamos desvendando-a. E quem nos ajuda é uma nova personagem, a portuguesa Marta, que aparece neste mundo no meio do nada a procura do amor perdido: - “Escrevo como as aves redigem o seu vôo: sem papel, sem caligrafia, apenas com luz e saudade. Palavras que, sendo minhas não moram nunca em mim. Escrevo sem ter nada que dizer. Por que não sei o que te dizer do que fomos. E nada tenho pra te dizer do que seremos. Porque sou como os habitantes de Jerusalém: Não tenho saudade e não tenho memória”.</div><div></div><div></div><div> </div><div> O texto envolvente e belo de Mia Couto também fala da guerra e dos Moçambicanos que escolheram pelo seu esquecimento. Leva-nos por este universo de sentimentos e personagens que buscam a verdade, a felicidade e a si próprios. “O mundo termina quando já não somos capazes de amá-lo” e “A loucura nem sempre é uma doença. Às vezes é um ato de Coragem”. </div>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-49413736207282422772009-08-01T15:07:00.002-03:002009-08-01T15:10:39.612-03:00Feiras do Livro<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNLvFg6SkKr_wCVpBhFMzGhmVBRDr8vVxYlkHyFUdQj8oBbVQZ3qWGk8Qa3L37L-ZGKmIjcFofPDNCShq2EhMcTlJ6dt_jZdAmol-5Y54ay5_-Aw_DGS6tK-y73TKE9O28P0kPnOYNHnnf/s1600-h/DSC06017.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365059259970588354" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNLvFg6SkKr_wCVpBhFMzGhmVBRDr8vVxYlkHyFUdQj8oBbVQZ3qWGk8Qa3L37L-ZGKmIjcFofPDNCShq2EhMcTlJ6dt_jZdAmol-5Y54ay5_-Aw_DGS6tK-y73TKE9O28P0kPnOYNHnnf/s400/DSC06017.JPG" border="0" /></a><br /><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>Feira do Livro de Guaíba</div><div> </div><div>Maio de 2009</div>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-73813464388148968852009-08-01T14:59:00.002-03:002009-08-01T15:02:21.706-03:00Feiras do Livro<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_t02D7eLbSd-lo8-5FvEseNgdR84fJRykvg59C470TQK76LMIWEgfJnJ9D7N1yuavfRaA0ET8rvgcJXcPx_RUgpxduL9r2JTosL3_Cw30c-WgB_EhQfBHFxQJnKAVqK_RfFccG7pWe-Rh/s1600-h/Porto+Alegre+2008+-+4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365056891366059186" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 266px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_t02D7eLbSd-lo8-5FvEseNgdR84fJRykvg59C470TQK76LMIWEgfJnJ9D7N1yuavfRaA0ET8rvgcJXcPx_RUgpxduL9r2JTosL3_Cw30c-WgB_EhQfBHFxQJnKAVqK_RfFccG7pWe-Rh/s400/Porto+Alegre+2008+-+4.jpg" border="0" /></a><br /><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>Feira do Livro de Porto Alegre</div><div> </div><div>Primavera de 2008</div>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-77466726195045119442008-08-02T12:30:00.003-03:002008-12-09T06:31:42.398-02:00Denise Beineke<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQlDlJl6fxOkgPq92Y6bcriGmydIXXqy4Qis_i6x_4qKMHk6rFMbpYye-DjjUgCLadze_xhLijU-RwL9oivJyem2I-csM2O-temcL9RAe9rst6t9MXkNFrHblo_QVJLmJ-XPgLAbEV5hQZ/s1600-h/Lembran%C3%A7a+copy+copy.JPG"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQlDlJl6fxOkgPq92Y6bcriGmydIXXqy4Qis_i6x_4qKMHk6rFMbpYye-DjjUgCLadze_xhLijU-RwL9oivJyem2I-csM2O-temcL9RAe9rst6t9MXkNFrHblo_QVJLmJ-XPgLAbEV5hQZ/s400/Lembran%C3%A7a+copy+copy.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229943795532751650" /></a><br />O “Música no Museu” completou um ano. A Denise quando começou este projeto certamente não imaginava a repercussão que teria. E aí está. Um ano de casa cheia. Não teve um só sarau em que não ficavam espectadores em pé e a janela do museu sempre teve de ser aberta para que as pessoas pudessem assistir ao espetáculo pelo lado de fora.<p>Pelo palco do Museu Carlos Nobre durante este ano, passaram músicos amadores, aspirantes a músicos, músicos profissionais, poetas, atores, dançarinos, declamadores, escritores, enfim, esta é a grande mágica da professora Denise: Mostrar para as pessoas que elas são capazes de despertar seus talentos, crescer como seres humanos, enfrentar seus medos, e alcançar o paraíso pelas suas próprias forças e pelos seus próprios méritos.</p>Cada vez mais estamos sendo treinados para sairmos de nossas casas somente para trabalhar e executar tarefas estritamente necessárias, voltando em seguida para as nossas “tocas” com grades, cercas elétricas, cadeados e segurança 24 horas, para assistirmos ao espetáculo da vida pela televisão, pela internet e pela TV a cabo. Estamos exercitando o egoísmo. Somos consumidores de felicidade. Compramos o que nos dizem para comprar. Sonhamos com o carro novo e nem lembramos que o nosso foi novo no ano passado. Mal tiramos o MP-3 da caixa e já precisamos de um quatro. Nossos filhos sonham com um Play 2 e quando finalmente conseguimos comprá-lo, descobrimos que estão infelizes por não terem um Play 3. Está na hora de nos darmos conta que fomos envolvidos por uma espiral infindável que explora nossos sentimentos de busca pelo que já temos dentro de cada um de nós.<p>Assim, outra mágica aconteceu no lado de cá do palco. Pessoas que aprenderam e estão aprendendo a sair de suas casas para assistir às habilidades artísticas de um filho, neto, pai, mãe, irmão, amigo ou vizinho, estão descobrindo a si próprios e exercitando sua cidadania. Estão reaprendendo a conviver em sociedade e a dividir o mesmo espetáculo com outras pessoas. Estão aprendendo a emocionarem-se com o que elas próprias poderiam realizar. Se Você nunca assistiu a um Sarau da professora Denise no Música no Museu que acontece às vinte horas do primeiro sábado de cada mês no Museu Carlos Nobre, venha. Você vai se surpreender com o que você é capaz de realizar.</p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-19314424681207482702008-07-29T10:13:00.007-03:002008-12-09T06:31:42.558-02:00Fragmentos I<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjLU4VZrId1qeoD0GKzZLExaFz-fDH0K7NcCSm9w1ANvQ9x6Xb6UcDRxJi9hLncNClk6e54XTI7rR37Q5cBo4hfIgMHCIxbFETOZt4JYa4K_mAvC8uCH3gOf0yUZ7lGip00V8qyfwvqBXp/s1600-h/IMG_6264.JPG"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjLU4VZrId1qeoD0GKzZLExaFz-fDH0K7NcCSm9w1ANvQ9x6Xb6UcDRxJi9hLncNClk6e54XTI7rR37Q5cBo4hfIgMHCIxbFETOZt4JYa4K_mAvC8uCH3gOf0yUZ7lGip00V8qyfwvqBXp/s320/IMG_6264.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5228784257553429682" /></a><br /><div align="center"><strong><span style="font-size:130%;">Um Juiz às Direitas</span></strong></div><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong><div align="justify"><br /> </div><div align="justify"> Um ricaço muito avarento perdera um saquitel com boa soma de dinheiro em ouro. Deitou logo anúncios nas folhas, prometendo cem táleres de alvíçaras a quem lho restituísse. Um camponês, que tinha encontrado o saco, foi contentíssimo entregá-lo ao nosso homem. Este contou e tornou a contar o dinheiro, e, depois de certificar-se de que nada faltava, disse com a maior serenidade para o camponês:</div><div align="justify"> “Deviam estar aqui dentro oitocentos táleres; não encontro senão setecentos; vejo que vossemecê teve o cuidado de tirar por suas próprias mãos os cem que eu tinha prometido: estamos pagos.”</div><div align="justify"> O Campônio ficou pasmado, porque não tinha tocado no dinheiro, e semelhante recompensa de modo algum o podia satisfazer. “Vamos ao Sr. Juiz,” exclamou ele muito azedado com a história; “não, senhor, isso não fica assim; vamos ao Sr. Juiz e o que ele disser é o que se faz.” Foram. O Juiz ouviu um e outro com a maior atenção, pensou um pouco sobre o caso, e por fim saiu-se com esta sentença:</div><div align="justify"> “Vossemecê,” disse ele, voltando-se para o ricaço, “perdeu um saco com oitocentos táleres, e vossemecê,” continuou o magistrado, dirigindo-se para o campônio, “achou um saco com setecentos táleres. Muito bem. Está provado que o saco que vossemecê achou, não é o mesmo que este senhor perdeu; e portanto tome vossemecê outra vez conta dele, e guarde-o até que apareça alguém a reclamá-lo.” “Quanto ao meu amigo,” concluiu o juiz voltando-se novamente para o avarento, com um risinho de escárneo, “não tem outro remédio senão ficar esperando com paciência que lhe apareçam os oitocentos táleres.”<br /><br /><span style="font-family:arial;font-size:85%;">In “Seleta em Prosa e Verso” de Alfredo Clemente Pinto, Editora Martins Livreiro com primeira edição em 1884. O Autor não informa a origem deste texto, se alguém souber...</span></div><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-28465790437918644112008-07-22T11:03:00.002-03:002008-07-22T11:15:33.807-03:00PerspectivasDivido o espaço onde vivo, com minha mulher, meus dois filhos e três ex-moradores de rua. A primeira chegou há dezessete anos atrás. Foi chegando, como quem não quer nada, entrou pela casa como se dela fosse e claro, jogou um pouquinho de charme e logo estávamos totalmente apaixonados. Ela conquistou todos nós (na época éramos somente três, eu, a Denise e nossa filha Hannah) com o carinho que ela distribuía fartamente, o que lhe valeu o nome de “Carinhosa”. Era uma linda gata siamesa. Acredito que ela tivesse na época algo em torno de um ano de idade, talvez um pouco menos, o que a torna hoje uma anciã felina de mais ou menos dezoito anos. Durante todos estes anos ela nos acompanhou nos altos e baixos que enfrentamos, foi amiga e companheira de brincadeiras da Hannah, e mais tarde do nosso filho Carl, que logo aprendeu a gostar de gatos também. Um dia ele apareceu com o gato que chamamos de Mingau pois é todo branco com uma porção cor-de-canela na cabeça e recentemente ele salvou o terceiro morador felino da nossa casa, a chutes e pontapés da boca de um cachorro. Este levou o nome de Gatinho, inspirado pelo livro que o Carl adorava quando pequeno que era “Um Gato Chamado Gatinho” do Ferreira Gular. Mas a convivência com a “Carinhosa” durante tanto tempo nos mostra a importância das relações duradouras e baseadas no amor, no afeto, na compreensão e na amizade. Foi com ela que aprendemos a ficar unidos, e era ela que nos esperava sempre que chegávamos em casa. Já convivemos com uma “Carinhosa”, jovem, cheia de vitalidade, sempre linda e bem disposta e agora ela nos ensina uma lição definitiva. Com o passar dos anos, lentamente ela foi encolhendo. Emagreceu. Perdeu pêlos. E quando ponho ração nos potes imediatamente os dois felinos-obesos da casa percebem o ruído característico e aparecem para comer. A Carinhosa não. Ela já não ouve bem e muitas vezes precisamos despertá-la do seu sono para levá-la até seu alimento. O seu olfato, outrora tão aguçado, já não é tão eficiente. Quando compro uma comida de marca diferente, precisamos por um pouquinho no seu focinho para que ela se dê conta de que se trata de comida. Ao aprendermos a conviver com a velhice da “Carinhosa” estamos tendo a grande oportunidade de por nossas próprias vidas em perspectiva. Costumamos olhar nossos álbuns de fotografias e lembramos por onde andamos, como já fomos e como eram os nossos amigos. O que não encontramos nas fotografias é como seremos. A Carinhosa é uma espécie de fotografia do nosso futuro. Sem dúvida, se tivermos sorte, chegará o nosso dia em que precisaremos de uma mão amiga que nos mostre o caminho que nos alimente e de um colo amigo que nos aqueça e dê abrigo, onde possamos deitar e sonhar alegremente com o que já fomos.Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-91844812723668957592008-06-26T16:44:00.003-03:002008-06-27T10:46:36.993-03:00Inalterado por mãos humanas<p>Estou tentando encontrar um livro que um cliente me encomendou e até agora não consegui encontrar nenhum exemplar disponível. Fico maluco quando isto acontece. Procuro "Inalterado por mãos humanas", de Robert Schekley, um livro de ótimos contos de ficção científica. Profundamente mergulhado no meu trabalho sou despertado por um “Olá” de um rapaz de uns trinta anos, bem vestido, bem penteado, enfim, de aparência normal e me pergunta se eu sei em que andar fica a sala 402. Fiquei olhando para o moço e tive que reprimir a grande vontade de dizer-lhe que os edifícios não seguem lógica nenhuma e que ele precisa subir pelas escadas e verificar todas as salas uma a uma, andar por andar, até encontrar o 402. Não consegui. Disse-lhe apenas que a sala que ele procurava ficava no quarto andar e ainda indiquei a direção do elevador para prevenir que o pobre não volte para perguntar por onde subir. Neste caso eu certamente teria que reprimir uma louca vontade de dizer-lhe que ele precisa procurar o cipó do lado de fora do prédio. Mas, enfim, o homem seguiu agradecido e eu pude voltar à caça de Robert Schekley e seu livro fujão. </p><h3>Meus Heróis</h3><p>Aproximou-se do meu balcão, um rapaz de seus dezesseis anos, um pouco mais um pouco menos, e de forma tímida, envergonhada e quase sussurrando pergunta se tenho “metamorfose de frantis káfica”. Procurei conversar um pouco com ele, para deixá-lo mais à vontade. Contou-me que foi sua professora que lhe indicou Kafka e que estava ansioso para começar a lê-lo e saiu feliz com o seu “Metamorfose” na mochila. Enquanto via o rapaz sair, fiquei pensando em como o ato de pedir um livro neste país deve ser bem mais difícil e vexatório do que comprar maconha ou cocaína ou como no meu tempo de rapazote quase morríamos de vergonha para conseguir uma camisinha de vênus. Hoje está tudo liberado. Menos o livro. Os leitores são tão raros que comprar um livro está se tornando um ato quase subversivo. Pensando bem, é um ato subversivo. Num mundo onde o normal é a violência, a droga, e a corrupção, um livro pode ser a nossa subversiva salvação. E nesta guerra já estou vislumbrando meus heróis: Professores e professoras que ousam enfrentar as milícias da estupidez, fornecendo armas a combatentes ferrenhos e determinados, ainda um pouco tímidos e envergonhados, mas com seus livros nas mochilas e sem receio de serem vencidos pela ignorância.</p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-84990340753522142082008-06-24T09:25:00.006-03:002008-06-27T09:40:02.277-03:00Leitores, não-leitores, estatísticas etc.Pesquisa recente demonstra que 58% dos brasileiros não leram nenhum livro durante todo o ano de 2007. Fico imaginando como será a vida destes cidadãos, no que eles pensam ou como eles fazem para tomar suas decisões. Sem o livro como formador de opinião, o não-leitor acaba indo na conversa dos outros para formar suas opiniões e tomar suas decisões. Fica fácil entender porque somos governados por estes senhores e senhoras que dominam os cenários políticos por todos os recantos do país. Eles aparecem nos programas e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">propagandas</span> políticas, nos tele-jornais e no rádio e despejam os seus "<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">rosários"</span> de asneiras sobre a audiência e, pior, acabam convencendo e se elegendo. <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">Stanislau</span> Ponte Preta (Sérgio Porto) deve estar se revirando na sepultura (de tanto gargalhar, é claro), pois o que ele já chamava de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">FEBEAPA</span> (Festival de Besteiras que Assola o País) hoje foi multiplicado milhares de vezes e está ficando complicado por que a maioria do povo brasileiro não acha engraçado e nem se dá conta das besteiras que encontra pela frente. Falta o livro. Acho que a pior coisa que poderia acontecer aos nossos governantes e aspirantes a governantes, seria se por uma mágica ou encanto ou sei-lá-o-quê o povo brasileiro de uma hora para outra começasse a ler. <p><strong>Leitores</strong></p><p>Uma cliente aparece na livraria de tempos em tempos e caminha tranqüilamente entre as prateleiras e expositores. Às vezes ela se <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">detém</span> diante de uma estante e consulta algo em sua bolsa. Todas as vezes em que apareceu, nunca deixou de comprar um livro pelo menos. Mas esta atitude de sempre consultar um <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">papelzinho</span> estava me deixando intrigado. Depois de muito espichar de pescoço e discretas incursões, consegui finalmente ver do que se tratava. Eu já deveria ter desconfiado. Era a lista dos livros mais vendidos de uma revista semanal.</p><p><strong>Não-leitores</strong></p><p>Um amigo certo dia confidenciou-me que nunca tinha lido um livro. Fiquei curioso: Como poderia ter acontecido uma coisa dessas? Ele tem nível superior (Engenharia), cursou todos os ciclos do sistema educacional brasileiro e formou-se sem nunca ter lido um livro sequer! A Explicação foi simples: Ele sempre conseguia com um colega ou outro, um resumo ou uma fotocópia da parte do livro que interessava para executar o seu trabalho escolar. E assim ele foi levando... até se formar. Aqui encontramos um grande problema da literatura no Brasil. Nós não ensinamos aos nossos jovens a ler e muitos profissionais formam-se nas universidades lendo fotocópias e não livros. </p><p><strong>Brasileiro não vive sem rádio.</strong></p><p>Um slogan da Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio, diz <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">exatamente</span> isso: “O Brasileiro não vive sem rádio”. Já pensaram se “ O Brasileiro não vivesse sem livro”? Certamente nossa realidade seria outra. Parece que no Brasil a era <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">eletrônica</span> chegou antes do livro e o pior é que a era digital também está chegando antes. Muitos brasileiros não lêem mas tem <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">internet</span> em casa. </p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-27372397413450050322008-06-21T10:24:00.001-03:002008-06-21T10:24:50.876-03:00Histórias de Livreiro II "Ser Livreiro"<p> </p> <p>Atendo ao telefone e uma voz feminina imediatamente indaga: </p> <p>- Moço! O Senhor tem toner para impressora? </p> <p>Mal consigo responder negativamente e ela continua: </p> <p>- E papel ofício tamanho A4?  </p> <p>Procurei adiantar-me para evitar que ela pergunte mais alguma coisa e consegui explicar que eu trabalhava somente com livros e não tinha nem suprimentos nem material de escritório. </p> <p>Antes de desligar ela disparou: </p> <p>- Ah! Coitado! </p> <p>Ainda segurando o telefone, tentei entender. Será que trabalhar com livros parece ser tão ruim assim?</p> <p><a href="http://lh4.ggpht.com/Guimabeineke/SF0BFZDtrUI/AAAAAAAAAD8/TJY03pg1Qd0/s1600-h/IMG_6270%20copy%20copy%5B5%5D.jpg"><img style="border-right: 0px; border-top: 0px; border-left: 0px; border-bottom: 0px" height="164" alt="IMG_6270 copy copy" src="http://lh6.ggpht.com/Guimabeineke/SF0BH7fhCDI/AAAAAAAAAEA/sTH0eYYUsGM/IMG_6270%20copy%20copy_thumb%5B1%5D.jpg?imgmax=800" width="244" border="0" /></a></p> Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-2732547831571026272008-06-14T16:40:00.002-03:002009-08-09T19:44:04.784-03:00Brasileiros em Portugal<p>Esta pérola eu encontrei no blog O LIVREIRO, onde entre outros deliciosos textos, o autor conta a história de uma brasileira numa livraria em Portugal:</p> <p><em>...Outro momento interessante foi protagonizado por uma senhora brasileira que julga se movimentar pela alta sociedade e possuir uma classe inigualável. Primeiro ficou chocadíssima porque não tínhamos a biografia do Eric Clapton (ou Eriki Clapiton), quando já a tinha visto à venda no Brasil. “Tem no Brasil e aqui não!”, disse, chocada. Pois, filha, pensei eu. Com o Dengue já são duas coisas que vocês têm e nós não, é uma maçada. Depois pediu a biografia da, e passo a citar, Rrrraudrey Rrrepburrn, ou Audrey Hepburn para os leigos. Pensei, por momentos, que a senhora ia cuspir um pulmão, tal a dificuldade em pronunciar Audrey Hepburn.</em></p> <p><a title="http://olivreiro.blogspot.com" href="http://olivreiro.blogspot.com/">http://olivreiro.blogspot.com</a></p> <p><a href="http://lh5.ggpht.com/Guimabeineke/SFQetvLqVSI/AAAAAAAAAC4/UNJzr7G9PY0/Cascais%5B2%5D.jpg"><img style="border-right: 0px; border-top: 0px; border-left: 0px; border-bottom: 0px" height="117" alt="Cascais" src="http://lh5.ggpht.com/Guimabeineke/SFQeuvQiTOI/AAAAAAAAAC8/729bcSsASiM/Cascais_thumb.jpg" width="154" border="0" /></a></p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-38286119943576939612008-06-14T10:22:00.001-03:002008-06-14T15:24:15.404-03:00História de Livreiro I<p>Estava eu tranquilamente no balcão da livraria, quando entrou um cidadão com cara de quem não é muito chegado às letras e perguntou se tinha algum livro sobre couro. Fiquei até preocupado; seria algum livro técnico? Mas, enfim, como não encontrei nada, o sujeito despediu-se e ainda comentou que o livro seria para a filha dele, e que voltaria caso lembrasse do título mas que agora ele só lembrava que tinha algo a ver com couro e foi embora. Passados alguns mintutos, o homem voltou e ainda da porta gritou: - Lembrei o nome do Livro! É O Corão!</p> <p>Levei alguns minutos até parar de rir e conseguir atender o homem.</p> <p><a href="http://lh5.ggpht.com/Guimabeineke/SFPGJG2xiWI/AAAAAAAAACE/sMuIw0YiuaI/images%5B2%5D.jpg"><img style="border: 0px none ;" alt="images" src="http://lh3.ggpht.com/Guimabeineke/SFPGJsBhyLI/AAAAAAAAACI/HncOSTlmW48/images_thumb.jpg" border="0" height="123" width="83" /></a></p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-87771512094007560532008-06-14T10:03:00.001-03:002008-07-22T15:39:10.537-03:00Campanha do livro Lemniscata<p><span style="color:#408080;"><span style="font-family:Georgia;font-size:100%;">Muito interessante a forma como está sendo divulgado o livro "LEMNISCATA" O Enigma do Rio, de Pedro Drumond pelo selo Suma de Letras da Objetiva. Todo mundo que usa o Orkut, cita livros no seu perfil e participa de alguma comunidade relacionada a livros e afins, recebe uma mensagem de uma pessoa que diz que leu o "Lemniscata", que é muito bom, que vale a pena lê-lo, enfim, essas coisas. A gente fica no mínimo curioso.</span> </span></p> <p><a href="http://lh5.ggpht.com/Guimabeineke/SFPB46n2YiI/AAAAAAAAAB8/4M9hvWL-aUM/Lemniscata%5B2%5D.jpg"><span style="color:#408080;"><img style="border: 0px none ;" alt="Lemniscata" src="http://lh4.ggpht.com/Guimabeineke/SFPB5eNzTwI/AAAAAAAAACA/geCATyekeyo/Lemniscata_thumb.jpg" border="0" width="115" height="184" /></span></a></p>Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6157406514319903321.post-52391707674506173492008-06-13T16:51:00.001-03:002008-06-13T18:24:14.212-03:00Iniciando o Blog<p><strong> A idéia de um blog de livreiro não é nova, mas assim como outros colegas, certamente terei algumas histórias para contar. Quando se passa 10 horas por dia no balcão de uma livraria, entre uma e outra tarefa burocrática como produzir listas de compras, contatar editoras e distribuidores, conferir e preparar acertos de consignações, acontecem situações que certamente merecem ser lembradas. Aos poucos passarei a relatá-las aqui, para quem tiver paciência e a curiosidade suficiente para acompanhar-me neste blog.</strong></p> <img alt="pai4" src="http://lh5.ggpht.com/Guimabeineke/SFLeEXh9AsI/AAAAAAAAAB0/7kflI1kDazg/pai4_thumb%5B1%5D.jpg" border="0" height="244" width="198" />Guima Beinekehttp://www.blogger.com/profile/06021439590913009393noreply@blogger.com0